segunda-feira, 2 de julho de 2012

Eu Sonhava !

Eu Sonhava ! 


Já se vai distante o tempo em que eu acreditava em sonhos, quando eu ainda me agarrava com firmeza nas visões de um mundo digno, coerente, profundo em valores éticos e filosóficos um mundo onde todos teriam orgulho de dele fazerem parte e por ele contribuírem com tudo o que de melhor tivessem. Acreditava, hoje no pretérito perfeito primeira pessoa do singular apenas; pois duvido de tudo e de todos, tenho asco do que se fez com aquele que poderia ter sido a maior dádiva, a maior herança deixada por nó para aqueles que nos sucederem em ocupá-lo, transformamo-lo em algo perigoso e insalubre para a perpetuação de novas gerações criamos um legado de vergonha e terror,violentamos a nossa própria mãe, tratamo-la qual puta aidética,sifilítica, varremos da memória a beleza, a delicadeza, o amor, o respeito,o caráter, a honradez, que se bem pensarmos muito provavelmente existiram em nossa relação com o mundo e conosco mesmos em momentos esporádicos e por indivíduos; poucos, únicos e singulares a quem por inveja, envenenamos,crucificamos, decapitamos, empalamos, fuzilamos, bombardeamos, queimamos, trucidamos de todas as formas e maneiras que a imensa criatividade à nos intrínseca para o mal e para a iniqüidade covarde nos permite e oferece. 
Sonhei em termos de uma sociedade feliz e próspera em vida inteligente, não este chão pustulento de um leprosário, esta vida dolorosamente injusta e decadente, com suas mentiras, seus acertos e armações, com suas discrepâncias desprovidas de sentido ou embasamento motivadas invariavelmente pelo ter em detrimento do ser, prostituídas ganâncias, tudo a qualquer preço farsas e fraudes que se multiplicam pelo infinito, para cada gesto aparentemente nobre se oculta uma intenção objetivamente dúbia e plena em dissimulação e fundamentada pelo lucro fácil e imediatista como o sexo profissional e insípido das prostitutas ou as jamais cumpridas promessas de campanhas feitas pelos políticos que se revezam como suas maternas meretrizes no bordel em que se transformaram as sociedades. 
Meu sonho é hoje o pesadelo da canalha que se esmerou em fazer com que ele jamais se realizasse, com que ele fosse ridicularizado as gargalhadas como questionamentos infantis, desacreditado e humilhado por estes mesmos que por ele e se ele como realidade existisse teriam tudo a perder e absolutamente nada a ganhar, aqueles mesmos abjetos que denigrem o correto em beneficio de suas imundices putrefatas, de suas incoerências lucrativas,suas farsas ambulantes,fraudes ignóbeis em resumo: suas vidas medíocres. 
Já se vai longe o tempo em que eu sonhava, já se vai muito distante o tempo em que acreditava que valia a pena sonhar. 


Saudações 
Alcir de Souza 

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